Roteiro África do Sul: 10 dias para aproveitar o que esse lindo país tem a oferecer

Como um país que durante anos foi manchado por umas das segregações raciais mais absurdas da história consegue entregar tanto para o turista?

Com muita resilência e simpatia do seu povo.

A África do Sul já esteve bastante em alta há alguns anos entre os turistas brasileiros. Passagens baratas e real valorizado atraíram bastante brazucas no anos 2010. Mas vou confessar que nunca tive essa vontade toda de ir. Estava nos meus planos, mas tinha uma lista enorme de países a frente. Porém, sempre tive vontade de viajar de cabine executiva, em especial na QSuites da Qatar (considerada a vários anos seguidos como a melhor executiva do mundo). Então aproveitei que o trecho de São Paulo para Joanesburgo custa “apenas” 84 mil milhas LATAM na QSuites e propus a viagem para minha esposa e alguns casais de amigos. Todos toparam e em junho de 2022 embarcamos para umas das viagens mais divertidas que já fiz.

O voo pela Qatar nem de longe é a opção mais rápida para chegar à África do Sul (foram mais de 25 horas entre voo e escala em Doha – onde na volta pudemos descer e conhecer um pouquinho do país da Copa 6 meses antes do mundial), mas com certeza a mais confortável que existe (ficaria mais 25 horas fácil no avião… rsrsrsrs).

Passagens

Como citado acima, as passagens foram emitidas via milhas da LATAM pela bagatela de 84 mil milhas o trecho pela tabela fixa da companhia. E por que eu digo bagatela? Porque há formas de você conseguir esses pontos gastando um pouco mais de R$4.000,00 utilizando as promoções bonificadas do KM de Vantagens (tinha uma bonificando 40% para transferências até o dia 17/01/23). Na época, o pessoal que não tinha milha alguma na LATAM conseguiu comprá-las por um pouco menos de R$3.000,00 (promoções que dificilmente voltam…).

Só a título de comparação, a mesma passagem, dando acesso ao lounge e escolha antecipada do assento, custa mais de R$40.000,00.

Para o voo interno de Joanesburgo à Cidade do Cabo, a opção mais em conta que conseguimos foi pela Lift, uma companhia low cost relativamente nova no mercado sul-africano. Não conseguimos fazer a compra diretamente no site da companhia (tem algum bloqueio interno para pagamento em cartão estrangeiro), então compramos no site da My Trip. Apesar de todas as reclamações que li sobre a empresa, não tivemos problema com a nossa compra. Pagamos R$697,00 (ida e volta) e ainda parcelamos no cartão.

Hospedagens

Sempre faço questão de me hospedar em hotéis que sejam bem localizados (perto das atrações ou de transporte público), com um padrão do tipo Ibis (que sei que sempre terá o mesmo nível de conforto em qualquer lugar do mundo) e, logicamente, que tenha o melhor custo-benefício. Na busca por hotéis, sempre uso a Booking, pois normalmente tem os melhores preços (#ficaadica: eles dão um desconto a mais para reservas feitas pelo app) e sempre com muitas avaliações. Mas claro que após a escolha do hotel, ainda verifico se não encontro com um valor menor em outros sites (uso o Trivago e TripAdvisor para buscar em vários sites ao mesmo tempo). Outro site que uso bastante é o da Hoteis.com, pois é possível parcelar muitos hotéis no cartão e volta e meia tem algum cupom de desconto (só procurar no Google que sempre acha um).

Em Joanesburgo, preferimos ficar no bairro de Sandton. A escolha foi o Sky Hotel Sandton. Pagamos na época algo em torno de R$360,00 na diária com café da manhã. O hotel tem um bom padrão, mas o quarto é um pouco pequeno e sem frigobar. A localização é excelente, em frente à Mandela Square (praça que faz parte de um centro comercial com shopping e vários restaurantes).

Na Cidade do Cabo, optamos pela região de Waterfront, onde se encontra muitas opções de lazer, compras e restaurantes. Ficamos em um apartamento de 2/4 que reservamos também pelo Booking. Bem localizado e muito arrumadinho, o apartamento é uma excelente opção para dividir com outro casal. Pagamos também algo em torno de R$360,00 a diária (180,00 por casal). Um outro casal de amigos, que chegou um pouco depois na cidade, ficou no Signature Lux Hotel.

Para conhecer as vinícolas, optamos por nos hospedar na região de Stellenbosch, então escolhemos a Spier, que foi indicada por amigos. Sensacional! Foi a melhor degustação de vinhos que fizemos (já inclusa na hospedagem). Se contar que o lugar é espetacular e cheio de atrações para os hóspedes. O quarto grande, superconfortável e com uma garrafa de vinho de boas-vindas. Pagamos algo em torno de R$640,00 a diária (vale cada centavo).

Finalizamos a viagem fazendo um safari. Como só queríamos ficar uma noite, optamos por ir para Pilanesberg, o quarto maior parque nacional do país e há apenas 2h de Joanesburgo. Lá ficamos no Shepherds Tree Game Reserve. Disparado o hotel mais esparrado – e caro – que já fiquei. Acabou que o hotel reservou um bangalô com dois quartos (ficamos junto com a minha cunhada e o marido), e que contava com uma sala de TV e piscina na varanda. Os quartos eram enormes e o chuveiro do banheiro fica ao ar livre (experiência interessante num frio de 6°C que fazia na época). Pagamos algo em torno de R$2.180,00 na diária que incluía todas as refeições e dois safáris (um no final do dia e outro na manhã seguinte).

Custo da viagem e moeda

O custo de vida na África do Sul não está tão barato quanto nos tempos áureos dos anos 2010. O real desvalorizou bastante frente ao rand (a moeda local). Porém ainda é uma viagem em conta, se considerar que as coisas terão um preço parecido com o do Brasil, mas com uma qualidade muito superior. Comemos em bons lugares e pagamos o preço de um restaurante a quilo no Brasil. Uma oferta do McDonald’s, por exemplo, girava em torno de R$30,00 (preço bem parecido com o do Brasil). O Uber e o Bolt (app de transporte por aplicativo muito utilizado lá) funcionam bem e o preço pelas distâncias são menores que no Brasil. Já os ingressos dos museus também tinham um preço acessível e muitos aceitam a carteirinha de estudante brasileira.

Abaixo todos os custos (aproximado) que tivemos, por pessoa, nessa viagem:

  • Passagens e taxas: R$1.050,00 (sem contar a emissão por milhas. Com a aquisição das milhas, saiu por R$4.050,00)

  • Hospedagens: R$2.300,00

  • Transporte: R$600,00 (incluindo o transfer de ida e volta a Pilanesberg)

  • Alimentação: R$1.400,00

  • Passeios: R$1.400,00 (incluindo um passeio privativo à Península do Cabo)

Total: R$6.750,00 (R$675,00 por dia de viagem)

Não considero uma viagem cara para os padrões de hoje (aproximadamente 130 dólares por dia), especialmente por conta do safári (que representou mais de 20% do custo da viagem). Mas é possível fazer o mesmo roteiro por pelo menos uns 30% a menos se hospedando em hotel mais simples em Pilanesberg (o Black Rhino Lodge é uma boa opção pela metade do preço) e, ao invés de ficar numa vinícola, se hospedar em algum hotel no centro de Stellenbosch (com diárias a partir de R$200,00 – veja as opções aqui).

Para as minhas viagens, tenho dado preferência em utilizar a Wise, uma carteira digital que você pode comprar uma infinidade de moedas a preço comercial (e ainda pagar no cartão de crédito, caso deseje). A vantagem que vejo na Wise é que não há necessidade de levar todo o valor em espécie para fazer câmbio no local, pois eles disponibilizam um cartão de débito que pode ser utilizado nos mais diversos países. Assim é possível pagar as compras e fazer saques sem custos e tarifas (em alguns casos).

Na África do Sul o cartão funcionou super bem e o saque tinha uma tarifa de um pouco mais de R$15,00 (tarifa fixa, então a dica é sacar o máximo permitido pelo terminal). Eu mesmo levei apenas 100 dólares (para fazer o câmbio em caso de emergência) e voltei com o dinheiro intacto, já que fiz o saque logo que cheguei no aeroporto. Caso não tenha uma conta na Wise, com o link a seguir você pode fazer a primeira transferência até R$3.000,00 sem tarifas: https://wise.com/invite/ata/marcor1489

Mas agora vamos ao roteiro. O que fizemos (e deixamos de fazer) nesses 10 dias na África do Sul?

Dia 01 – Joanesburgo

Chegamos no hotel próximo ao horário do almoço e, como o quarto ainda não estava liberado, deixamos a mala no guarda volumes do hotel e fomos para o Sandton City, um grande centro comercial com prédios de escritório, shopping center e restaurantes. Lá também fica a famosa Mandela Square (uma praça externa do centro rodeada de restaurantes e com uma estátua do Mandela, obviamente). Depois de darmos uma volta no shopping, fomos à praça de alimentação e comemos no Burger Rack, que além de hambúrguer (o combo mais caro sai a R$30,00), oferecem ribs (R$50,00 500g) e alguns pratos mexicanos como nachos, tacos e fajitas (média de R$25,00). Em seguida, fomos até a Mandela Square e de lá voltamos para o hotel para fazermos o check in e descansar um pouco.

Mandela Square em Joanesburgo
Mandela Square

À noite, fomos conhecer um pouco do agito da cidade. Por indicação do perfil O Que Fazer em Joanesburgo, fomos ao Katty’s, um gastro pub bem descolado e com uma música ao vivo muito bacana. Há uma taxa de entrada (se não me engano era algo em torno de R$40,00) e a banda do dia tocava jazz e pop rock de muita qualidade. Além de uma imensa variedade de bebidas (nunca vi uma carta de uísque tão completa), os pratos são muito gostosos (o T-Bone – R$75,00 500g – foi altamente elogiado pelo meu cunhado, e comi o Mushroom Burger – R$38,00 – que também estava bem gostoso). Com certeza é um local que não pode faltar no roteiro.

DIA 02 – Joanesburgo

Dia de fazer um city tour pela cidade. Compramos o City Sight Seeing, o ônibus de turismo que passa pelas principais atrações da cidade (gosto muito de utilizar esse tipo de serviço quando tenho pouco tempo para conhecer uma cidade), e fizemos a primeira parada em Rosebank, um bairro bem comercial da cidade, com muitas lojas e centros de compras (como o The Zone). De lá seguimos para o Constitution Hill, a antiga cadeia que já teve como prisioneiros o próprio Nelson Mandela e Mahatma Gandhi. O local mostra bem como era a realidade dos presos, com as celas, as solitárias e até mesmo uma sala de tortura.

A antiga prisão de Constitution Hill, em Joanesburgo, na África do Sul
Constitution Hill

Seguimos com o ônibus para o Mining District, um bairro dos antigos mineradores da cidade e hoje todo revitalizado, e em seguida paramos para almoçar no Gold Reef City Casino Hotel, um hotel cassino com lojinhas, restaurantes e até um parque de diversões. Lá, almoçamos no Ocean Basket, uma rede de restaurantes de frutos do mar. A comida é bem ok, mas com um preço superacessível (desde R$27,00 o famoso Fish & Chips e R$50,00 os pratos com camarões).

Ao lado do complexo fica o Apartheid Museum, e que é, com certeza, o museu mais importante sobre a história mais sombria da África do Sul. Logo na entrada, os visitantes já têm um choque de realidade quando se deparam com acessos separados para pessoas brancas e não brancas (o que era comum na época). É um lugar que merece a visita, com certeza. De lá, seguimos passando por alguns bairros da cidade até voltarmos para Rosenbank onde desembarcamos para voltar ao hotel.

À noite, fomos novamente à Mandela Square e jantamos no clássico local dos turistas: o Hard Rock Café.

DIA 03 – Cidade do Cabo

Bem cedinho, pegamos o voo para a Cidade do Cabo. Seguimos do aeroporto direto para o nosso hotel na região de Stellenbosch. Deixamos nossas malas no hotel e já seguimos para conhecer e almoçar na vinícola Asara. A propriedade é muito charmosa e tem 3 restaurantes diferentes. Fomos no Sansibar Bistrô. Lá é possível fazer uma degustação de vinhos harmonizado com pratos (a partir de R$95,00), mas também oferece pratos variados, pizzas e hamburgueres.

Vista das parreiras da Vinícola Asara, em Stellenbosch, na África do Sul
Vinícola Asara

Voltamos para o nosso hotel no final da tarde para conhecermos um pouco as atrações que ele oferece (mas como chegamos um pouco tarde, muita coisa já estava fechada) e acabamos jantando por lá mesmo (no dia, havia um menu completo no restaurante – entrada, prato principal e sobremesa – por uns R$100,00).

DIA 04 – Stellenbosch

Começamos o dia indo visitar Stellenbosch. A cidade é bem pequena e charmosa. Não há muito o que ver a não ser passear pelas ruas e ver algumas lojinhas. De lá, seguimos para a vinícola Tokara onde fomos almoçar (disparado o lugar onde melhor comemos na África do Sul). Pedi um Bonsmara Beef (R$95,00), uma carne do boi da raça Bonsmara, tida como uma das melhores do mundo (e realmente é!). A vinícola é muito bonita e também produz azeites (que são excelentes, por sinal).

Belas esculturas de ávores brancas na Vinícola Tokara, em Stellenbosch, na África do Sul
Vinícola Tokara

Gostaríamos de ter ido na vinícola vizinha Delaire, mas como tínhamos uma degustação com horário marcado na Spier, voltamos para o hotel. E valeu muito a pena, pois foi a melhor degustação de vinhos que fizemos! Não só pela qualidade dos vinhos, mas também pela simpatia do pessoal. Novamente, perdemos o horário e não conseguimos ir ao viveiro de corujas que tem no hotel. Só conseguimos ver as que ficam do lado de fora do local.

No final do dia, fomos para a Cidade do Cabo onde ficaríamos os próximos 4 dias. Á noite, fomos jantar no shopping do complexo V&A Waterfront.

DIA 05 – Cidade do Cabo

Assim como em Joanesburgo, compramos o City Sight Seeing para conhecermos os principais pontos do turísticos da cidade. Pegamos o ônibus na região do Waterfront e seguimos para o centro da cidade, onde faríamos o tour a pé. É uma região mais feia e que passa uma certa insegurança, mas é só manter a atenção que está tudo certo. Descemos na parada 81 Long Street e seguimos andando pela rua, que é a principal rua de comércio do centro. Entramos na African Craft Wholesale Market e fomos comprar as lembrancinhas na loja do Martins (é uma loja com uma grande bandeira do Brasil na entrada). A loja é de um moçambicano apaixonado pelo Brasil e muito procurada pelos turistas brasileiros, já que há descontos especiais para os brazucas. No dia, fomos atendidos em português por um parente do Martins. Realmente é um atendimento VIP!

Seguimos até Bo-Kaap, um charmoso bairro malaio cheio de casinhas coloridas (o Pelourinho sul-africano rsrsrsrs). Subimos pela Wale Street e passamos na Atlas Trading Company, uma lojinha com uma variedade de temperos sem igual.

As famosas casinhas coloridas de Bo-Kaap, na Cidade do Cabo, na África do Sul
As famosas casinhas coloridas de Bo-Kaap

Voltamos para a Long Street e fomos para a Cape Town High Court e seguimos para o Castelo da Boa Esperança, depois passamos pela Prefeitura e finalizamos o centro na St. George’s Cathedral. Pegamos o ônibus da linha azul para seguirmos com o passeio. Passamos pelo Jardim Botânico (fizemos uma parada rápida) e seguimos para a região das vinícolas da Cidade do Cabo. Descemos na Groot Constantia, uma das vinícolas mais antigas da África do Sul, e almoçamos por lá. É uma vinícola mais simples se comparada com as de Stellenbosch, mas tem seu charme.

Seguimos o passeio com o ônibus passando pelo Mariner’s Wharf, uma marina cheia de restaurantes, e o trajeto seguiu por uma das vistas mais incríveis que tivemos da cidade, margeando toda a costa da Cidade do Cabo e ainda pegamos um pôr do sol f***!

As belas paidagens da costa da Cidade do Cabo, na África do Sul

Finalizamos o passeio descendo na região de Waterfront, onde conhecemos um pouquinho o local e jantamos no Quay Four, um restaurante especializado em frutos do mar que tem um ambiente bem bacana e música ao vivo. Lá comemos o melhor Fish & Chips da viagem (R$35,00).

DIA 06 – Penísula do Cabo

Para esse dia, fechamos um passeio privativo para a Península do Cabo com o pessoal do África do Sul para Brasileiros (https://www.instagram.com/africadosulparabrasileiros/). O passeio para 7 pessoas saiu R$1.950,00 (R$278,00 por pessoa). Também é possível reservar esse passeio na Get Your Guide. Sairá mais em conta para quem estiver viajando com uma turma menor.

Recomendo demais o passeio privativo se você estiver em um grupo grande. O nosso guia, o Victor (um angolano super gente boa), falava português (obviamente) e conhecia muito sobre os locais.

Nossa primeira parada foi em Muizeberg Beach, uma praia com areia branquinha e várias casinhas coloridas. Pena que o inverno intenso e o vento forte não deixaram ninguém com vontade (ou coragem) de tomar um banho de mar. Seguimos para um mirante em Simon’s Town que oferece uma vista muito bacana do mar e da montanhas.

Praia de Muizeberg Beach, na Cidade do Cabo, na África do Sul
Muizeberg Beach

De lá, fomos para mais um mirante no Cape Point National Park (esse com um banco de madeira no limite da rocha que garante ótimas fotos) e seguimos para o famoso Cabo da Boa Esperança e seu o farol (se prepare para as fortes rajadas de vento).

Mirante do Cape Point National Park
Mirante do Cape Point National Park

Nossa última parada foi na Boulders Beach, a famosa praia dos pinguins. Não é mais possível acessar a praia diretamente, mesmo assim os pinguins ficam bem próximos ao deck. Voltamos para a Cidade do Cabo pela Chapman’s Peak Drive, uma estrada que fica entre a montanha de mesmo nome e o mar e é considerada a mais bonita da Cidade do Cabo.

A praia dos pinguins de Boulders Beach, na África do Sul
Boulders Beach

Dia 07 – Cidade do Cabo

Acordamos cedo para ir a Table Mountain, símbolo e o principal cartão postal da Cidade do Cabo (é como se fosse o Pão de Açúcar deles). Antes de seguir para a montanha, sempre veja no site se o teleférico está funcionando (ele fecha se o tempo não estiver nas condições ideais).

E o lugar realmente justifica a fama! Você consegue ter uma visão 360° da cidade e com paisagens incríveis. Sem contar que o local é imenso, cheio de trilhas e pontos para descobrir. Passeio obrigatório!

Uma das incríveis vistas da Table Mountain, na Cidade do Cabo, na África do Sul
Uma das incríveis vistas da Table Mountain

Em seguida fomos fazer um lanche rápido na região do Waterfront para pegarmos o barco até a Robben Island, a ilha prisão em que Nelson Mandela ficou encarcerado por mais de duas décadas. Era o passeio que eu tinha mais expectativa (achava que estava indo para Alcatraz rsrsrsrs), mas aí veio a única decepção dessa viagem…

O lugar tem um grande potencial turístico, mas é muito mal aproveitado. A começar pelo início do tour, em que os visitantes ficam sentados numa grande cela por quase 1h ouvindo um ex-detento contar a história da prisão. O que era para ser superinteressante, acabou sendo muito entediante. Na hora de fazer o tour pela prisão, veio mais uma decepção. Os visitantes passam apenas pelo pátio onde os detentos quebravam umas pedras (que assistiu ao filme Invictus sabe o que eu estou falando) e na ala de celas onde Mandela ficou preso. E só. A ilha é imensa, cheia de construções e locais interessantes a se visitar (há uma cidade lá dentro onde moram os funcionários), mas a visita se resume à poucos locais do complexo principal.

E então, vale a visita? Sinceramente, não. Tudo bem que eu tive uma frustação maior pela expectativa que gerei, mas é um passeio que irá tomar muito do seu tempo e te entregar muito pouco.

À noite, fomos ao Gigi Rooftop, um restobar no topo de um prédio (não muito alto assim… rsrsrsrs) perto do centro da Cidade do Cabo. O ambiente é muito bonito e agradável.

A linda decoração do Gigi Rooftop, na Cidade do Cabo, na África do Sul
Gigi Rooftop

Dia 08 – Franschhoek

Mais um dia de vinícolas! Dessa vez, fomos para Franschhoek, uma região com vinícolas menos famosas, mas igualmente boas as de Stellenbosch. Compramos o passeio do Wine Tram (um trem que percorre várias vinícolas) e confesso que tive uma frustração inicial. As vinícolas visitadas pelo Wine Tram são de acordo com as cores das rotas. Fechamos o passeio nesse dia pois queríamos visitar as vinícolas da linha roxa (que era a rota do dia, de acordo com o site da Wine Tram). Porém, para nossa surpresa, a rota que a foi oferecida era a vermelha (que em teoria, nem saía nesse dia). Mas ok, o objetivo era passear, nos divertir e beber muito vinho!

A primeira vinícola que visitamos foi a Le Lude, especializada em espumantes. A degustação é a partir de R$33,00 e é harmonizada com alguns petiscos.

Nossa segunda parada foi na Lynx State, uma vinícola familiar e bem pequena, mas com bons vinhos e uma degustação ao ar livre bastante agradável (a partir de R$27,00).

A última vinícola de visitamos, e aproveitamos para almoçar, foi a Grande Provence. É uma das maiores e mais estruturadas da região. Possui dois restaurantes (um bistrô com pratos à la carte e lanches – a partir de R$50,00 -, e outro que oferece um menu de 3 ou 5 etapas a partir de R$175,00). Também oferece vários tipos de degustação de vinhos (algumas harmonizadas com ostras e homus) a partir de R$35,00.

Ao final do passeio, paramos numa cafeteria e lojinha de vinhos que fica ao lado do trilho do trem (todos os trens param por lá). Tinhas excelentes opções de vinhos para levar de presente (com preços igualmente excelentes, por sinal).

DIA 09 – Pilanesberg

Pegamos o voo para Joanesburgo bem cedinho e fomos do aeroporto direto para Pilanesberg. Para o trajeto, reservamos um transfer com o pessoal da África do Sul para Brasileiros. O transfer de ida e volta para 6 pessoas saiu por R$1.890,00 (R$315,00 por pessoa). Já o trajeto é de um pouco mais de 2h (o nosso durou quase 3h por conta de uma blitz da polícia), com uma estrada aparentemente boa e uma paisagem bem bonita.

Chegamos no hotel e já fomos almoçar (incluso na diária) enquanto os nossos quartos eram preparados. Após o almoço, fomos organizar as coisas no quarto e descansar um pouco até o horário do primeiro safári (que saía às 16:30). No ponto de encontro para a saída dos carros, o hotel oferece um lanche com alguns salgadinhos, bolos e bebidas. Logo em seguida o nosso guia (que eles chamam de ranger) veio se apresentar e explicar como funciona o passeio.

Saímos por volta das 17h e logo no início do passeio encontramos alguns gnus (uns búfalos meio desnutridos) e um pouco mais adiante, avistamos, meio que de longe, umas girafas com um bebê girafa. O dia parecia que seria bom para vermos muitos animais. Ledo engano. Nas mais de duas horas que se seguiram no passeio, encontramos um chacal solitário (é tipo um cachorro do mato deles), alguns springboks (ou gazela, em português) e aos 45 do segundo tempo, já bem escuro, conseguimos ver uma leoa no meio da mata. Só nos restava retornar ao hotel e rezar para que o game (como eles chamam) do dia seguinte fosse mais produtivo.

Os gnus, um tipo de búfalo da savana africana
Os gnus (vai dizer que não são uns búfalos magricelas?)
As girafas e o bebê girafa no parque de Pilanesberg, na África do Sul
As girafas e o bebê girafa
Um chacal, parece um cachorro do mato bonitinho, muito encontrado na savana africana
O chacal (não é um cachorro do mato bem bonitinho?)

DIA 10 – Pilanesberg

Acordamos bem cedo para o segundo dia de safári (os carros iriam sair às 6:30). Uma friaca da zorra (uns 6°C pra menos, fácil). Antes de sair, o hotel oferece novamente alguns petiscos e bebidas (o café da manhã é servido após o safári). Embarcamos no carro com a esperança de um dia melhor… mas o azar novamente nos acompanhou. Depois de uma 1h e meia de busca, encontramos os primeiros animais diferentes (gnu e springbok víamos toda hora): um grupo de galinhas da angola! Deprimente.

O frio intenso por conta do carro ser aberto e a busca ser muitas vezes em alta velocidade desanimava ainda mais o grupo. Até que novamente ao apagar das luzes, um leão veio ao nosso encontro. Passou pertinho dos carros e seguiu sua caminhada. Na volta para o hotel ainda encontramos uma cheetah (a jaguatirica mais rápida do mundo) com dois filhotinhos. Não foi dessa vez que encontramos os big five. Mas infelizmente, safári em parque público é muito na sorte. Ouvimos relatos de pessoas que viram rinocerontes e hipopótamos (esse vimos só as orelhas no meio de um lago) no dia.

Não vou falar que foi uma experiência totalmente frustrante, mas dificilmente faço um safári novamente. Para quem nunca foi, vale a experiência. Mas se quiser ver todo o tipo de bicho, faça numa reserva privada, pois é quase um zoológico imenso e a garantia de ver os animais é bem maior.

Voltamos para o hotel para tomar café e retornar à Joanesburgo, pois o nosso voo de volta ao Brasil partia no dia seguinte bem cedinho.

BÔNUS – Doha (Catar)

Como falei no início da postagem, nosso voo fazia escala em Doha e, na volta, o tempo de espera era de 8h. Então decidimos dar uma voltinha no país da Copa de 2022. O que acabou sendo uma pequena aventura…

A peleja já começou para sair do aeroporto. Muito mal sinalizado e ninguém conseguia nos dar uma informação correta de onde era o desembarque. Depois de mais de 30 minutos zanzando de um lado para o outro, um funcionário do aeroporto foi solidário e nos levou para fora. Mas não pela saída normal, fomos pela área de embarque mesmo, na contramão do raio-x.

Uma vez do lado de fora, fomos pegar o metrô para a cidade. Compramos o tíquete, mas na hora de embarcar, uma funcionária pediu o nosso Ehteraz, que é um tipo de visto que eles dão, mas que precisa ser validado ao chegar no país e, para isso, precisa receber um código via SMS para validar. E quem tinha algum número de lá pra fazer isso? Mas novamente uma alma boa nos ajudou e essa mesma funcionária fez a validação utilizando o número do celular dela. Pronto! Estávamos 100% aptos a passear em Doha.

Chegando na estação do metrô, achei que estava voltando para o aeroporto… Que coisa chique! Os trens são um espetáculo à parte. Limpos, sem nenhuma pichação e as poltronas acolchoadas. Coisa de outro planeta.

O acesso à estação de metrô em Doha, no Catar
O acesso à estação de metrô em Doha. Bem humilde…

Nossa primeira parada foi no estádio Khalifa, o mais antigo do país. Ainda estava com alguns pontos em reforma e, por conta do horário, não estava aberto à visitação. Ao lado do estádio, fica a The Torch Doha, um hotel supermoderno (e caro) que tem um mirante no topo. Acabamos que não subimos, pois o tempo na cidade estava muito escasso e ainda queríamos passar em muitos lugares.

O Estádio Internacional Khalifa e a The Torch Doha ao fundo, em Doha, no Catar
O Estádio Internacional Khalifa e a The Torch Doha ao fundo

Pertinho do edifício fica o Villaggio Mall, um dos maiores shoppings da cidade e que tem dentro uma recriação de Veneza, com direito a passeio de gondola por canais que cruzam os corredores repletos de lojas de luxo. Demos uma voltinha rápida no shopping e pegamos o metrô para ir ao Souq Waqif, o bazar central e um dos principais pontos turísticos de Doha.

A mini Veneza do Villaggio Mall, em Doha, no Catar
A mini Veneza do Villaggio Mall

O mercado é muito bacana. Muitas lojinhas com coisas locais. Ideal para comprar as lembrancinhas. Dá para ficar horas passeando por lá, visitando as lojas e comendo as especialidades da comida árabe.

Bem em frente ao Souk, fica o Al Corniche, o calçadão á beira mar da cidade. Lá estava exposto o Relógio da Copa, que fazia a contagem regressiva para o início do mundial. O acesso é por um túnel que passo por baixo da avenida de carro. E como não poderia ser diferente, superluxuoso.

Galeria de acesso ao Al Corniche, a orla de Doha, no Catar
Galeria de acesso ao Al Corniche

Voltamos novamente ao Souk para fazermos umas compras rápidas e na hora de pegar o metrô para o aeroporto, mais um capítulo da nossa aventura… Quando íamos acessar a estação do metrô, minha esposa percebeu que tinha perdido a máscara (ainda era exigido o uso em espaço fechado lá no Catar).

Aí o desespero bateu, pois já estava perto do metrô fechar e não sabíamos se ia conseguir comprar alguma máscara na rua. Estava preocupado também em pegar o Uber e o motorista não aceitar nos levar, já que o uso da máscara também era obrigatório. Foi aí que apareceu o terceiro anjo da noite. Um funcionário do metrô viu nosso desespero e nos ofereceu uma máscara extra que ele tinha. Corremos até a plataforma do metrô, mas o último trem já tinha saído. Pelo menos conseguimos pegar um Uber numa boa e voltar para o aeroporto com uma folga para o embarque.

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